domingo, 31 de janeiro de 2016

VIDA DE BÊBADO (poema)

                                                                                                    Alevilson da Silva Tavares¹

Bêbado que bebe só
É sofrido, maltratado, isolado
Mostra ou se amostra?
Mostra o que não quer
Se amostra quando não pede ajuda
Complica, implica, aplica
Um golpe em si mesmo
No passado tenta voltar
Apagar, ilustrar, anular
Faz conexão, com a mão, com pé
Com o riso, o choro, o abraço
Busca coragem, amizade
Foge da saudade, rivalidade
Consigo, contigo, com o outro
Tem, tem. Tem
Tem, tem. tem
Tem...
Tem bêbedo que bebe por elegância
Outros por ganância, arrogância.
 Infância não amadurecida
Fica empobrecida, mal resolvida
Tem bêbado que bebe sozinho
No canto, lá no fundo do bar
A mesa fica grande de olhos abertos
E minúscula quando baixa a cabeça.
Fecha os olhos e se apoia em si mesmo
Tem bêbado que é tão sozinho
Que não bebe sozinho
Só pensa no grupo e com ajuda do grupo
Atua com profissionalismo
Cria profissionais, é um exímio profissional
Controla, direciona e aciona mentes
Enquanto a sua é seca, mórbida, presa.
Presa no vazio que inquieta, aquieta-o no álcool
Mas esses são bem quistos, vistos
São bem queridos. Mas são isolados
E precisam de ajuda
De alguém que pense o problema
sob uma ótica de fora, ampla
Ah!  Que tem!
Tem bêbado ex-presidente
Descontente, aparente, dormente
Um bêbado que explora o mundo dos outros
Viaja muito tentando aproximar
Acoplar, direcionar, alavancar
Discursa pra muitos
Multidões, nações
Mas não mantem um diálogo consigo mesmo.
Mas que coisa!
Tem tanta coisa ao seu dispor
Mas não consegue se preencher
Pois o vazio nunca foi e nunca será
Preenchido pelo álcool
Entenderam? Bêbados de meu Brasil?
Existe escape para vocês!

Jesus!

 ____________________________________________  
¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades:   fundamental e médio. 

ARTIGO: O Senhor é o meu Pastor


                                                                                                Alevilson da Silva Tavares ¹


Quando disse que o Senhor é o meu pastor nem imaginei a seriedade, completude e dimensão do compromisso que assumia com essas palavras. Sabia que para que fosse verdade a prédica teria que renunciar algo ou alguns momentos de minha vida e de mim mesmo. Assumia definitivamente que eu precisaria ser sepultado.
Desenha-se aqui o cenário menos complicado de se ver mas bastante intrigante de se viver. Vejamos a responsabilidade de que ao afirmar que Senhor é o meu pastor estava renunciando o fato de que nem eu mesmo poderia assumir o papel de senhorio de minha vida. Já não posso dar ordens, dirigir os meus passos, definir objetivos ou traçar quaisquer metas sozinhos. Agora tenho um senhor que assume uma dupla função pastoreio com cuidado e ensino e Senhorio com todo o poderio.
Mas quantas vezes me pego desprezando o Senhor e só depois o recorro afim de resolver os meus problemas. Quando algo dar certo também me deparo acreditando, por um momento, que fui o responsável pelo sucesso da ação.
E onde fica a elegante afirmação de que o Senhor é o meu pastor? Nesse instante provoco quem deve ser o principal responsável pela maior renúncia. Dele ou minha? É evidente que a minha participação nesse processo de renúncia deve ser total. Mesmo sabendo disso em inúmeros momentos desenho projetos e nem menos o convido para fazer parte da correção ortográfica. Aplico sem esperar nenhuma objeção.  E ele? Ele permanece calado assim mesmo como faço para com ele.
Se o Senhor é o meu pastor porque ando fazendo dizendo tanto não para ele. Não para oração constante. Acredita que só me vejo orando em campanha de oração levantadas na igreja? Não para  consagração; não para o louvor; não para o evangelismo; não para a visitação...
Como seria então se o Senhor fosse realmente o nosso pastor? Ah! Muito se tem a falar sobre isso. Então vamos prosseguir e em breve discutiremos o papel do Senhor na vida de alguém.
E quando esse Senhor é o meu pastor? Que importância tem um pastor de ovelhas em mundo capitalista, mercantilista e ateísta em que estamos inseridos?
Para o mundo não sei, mas pra mim tem uma importância inigualável. Pois foi de iniciativa própria e voluntária que bradei: O Senhor é o meu pastor.
É verdade que as vezes só quero ficar com a parte do Senhor como Senhor, mas como pastor sempre dou um empurrãozinho  para quem estar mais próximo.
No nosso jovem Brasil, lá nos anos, de colonização europeia quando as primeiras senzalas  se formavam os seus senhores se estabeleciam em nossas terras, os servos deviam-lhes total dependência e respeito em todos os seus atos, sem quaisquer restrições. As limitações impostas nem ao menos eram questionadas e tudo fluía de jeito que em muitos momentos alguém teve a oportunidade de deixar a casa e relutava e fazer tal coisa.
Ninguém ousava em incomodar um servo de um senhor. E se o fizesse sabia que estava adquirindo um sério problema com aquele que pagara um preço por sua propriedade, o seu servo.
A parte de ter um senhor sempre tinha suas regalias. Mas também ofereciam-lhes algumas restrições em diferentes aspectos: social, econômico, religioso, acadêmico e familiar.
Mas ter o senhor como pastor dirigia-se a um pensamento mais aprofundado da coisa, ação e momento.
Imagine que aquele senhor com toda a sua glória resolve desprover-se de sua majestade para reduzir-se a função de pastor. Quão desprezível era a profissão de pastor nos dias em executou seu ministério.
Contudo o pastor apresenta, é bem verdade, comportamentos que precisam serem bem esclarecidos.
Vejamos os fatos que o levou a ser um pastor. Enquanto um senhor é servido na mesa. O pastor desprende-se de sua comodidade para servir da melhor maneira as suas ovelhas. Enquanto o senhor tem endereço fixo o pastor marca seu território de acordo com a disponibilidade de pasto e águas tranquilas para suas ovelhas.
É comum o senhor usa o cetro o pastor se apropria do cajado e a vara para iniciar uma comunicação com o rebanho. O senhor detém de vestes reais para o uso no cotidiano, já o pastor se contém conformado com a vestimenta que melhor lhe faça estar em contato direto com suas ovelhas.
A linguagem do senhor é uma linguagem formal, apurada, acompanhada de regras e normas gramaticais vigentes. O pastor busca comunicar-se com a maior informalidade de um jeito coloquial buscando um afunilamento afetivo e social.
O senhor convoca para ser ouvido; o pastor com um tom suave e harmonioso atrai seu rebanho constantemente para si.
É gratificante contextualizar que cada senhor tem seu modo de ensinar o caminho. O senhor que vos descrevo ensina no caminho assim como faz o pastor. Pois esse senhor nem precisa ensinar o caminho já que ele mesmo é o caminho e o pastor também se intitulou ser o caminho.
Existe uma verdade com face de naturalidade que estar sendo rejeitada em diferentes esferas sociais sem quaisquer temores. O fator de que o ser humano domina sobre as demais espécies não o eleva ao patamar de pastor e nem ao menos de senhor.
A verdade escancarada é que o domínio do universo em toda sua completude estar sob o comando do Senhor dos senhores e Rei dos reis, daí o homem ser reduzido a nada.
É imprescindível destacar que os registros que apontam sobre a gênese do universo numa visão racional e sólida é que Deus criou os céus e Terra. Então ele sim é o Senhor, o que domina. O que faz e entende o produto de suas mãos inclusive fôlego de vida. E não se deixa escarnecer.
Igreja do Senhor que afirmamos que o Senhor é o nosso pastor estreitemos os laços espirituais com Ele. Não se deixem vislumbrar por um momento de prazer em sua glória terrena que busca, sem sucesso, ofuscar a glória do Todo Poderoso bem como os ensinos e correções do nosso Pastor.
Se afirma-se que o Senhor é o meu pastor faz isso por notadamente ter constatado por alguém que ele jamais decepciona. Quando a cada viração do dia passava assegurando de que o lar de cada um é sempre um espaço de um bom motivo para uma estadia, uma visita tão especial, e, isso chamando pelo meu nome.
Eu sei! Sim eu sei! Que só o Senhor pode ser senhor e pastor de alguém e isso fazendo com espontaneidade e verdade em cada gesto demonstrado para comigo.
Tamanha é a responsabilidade por isso me sinto convicto em assegurar sem receio de que o Senhor é o meu Pastor. E sendo assim nada me faltará. Só Ele pode ser meu guia para águas tranquilas. Ninguém além Dele sabe a hora de minha alma ser refrigerada. Ele me colocou e me faz trilhar pelas veredas da justiça e isso por amor do seu nome.
Já conclui que que ainda que eu andasse lá pelo vale da sombra da morte, tenho certeza, que não temeria mal algum porque sei que estais comigo.
Quando a euforia e desânimo me assolam a tua vara e cajado me consolam.
Algo que jamais pude imaginar é a mesa que preparas perante mim na presença de meus inimigos. E como se faltasse algo unges minha  cabeça com óleo e ai, ai que o meu cálice transborda.
Com todos esses feitos disponíveis em minha vida estou seguro em afirmar certamente que a bondade e misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida.

Insisto em pedir-Te Senhor que me ajudes a Tê-lo também como Pastor só assim ficarei seguro e habitarei na Tua casa, a caso do Senhor, por longos dias sem nada me faltar. 
____________________________________________  
¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades:   fundamental e médio. 

ESTADOS DO BRASIL (poema)


                                                                         Alevilson da Silva Tavares¹
Conheça um país marcante
De um povo cativante

Tem tanto estado aqui
A começar por Piauí

Dar pra se animar
Com Bahia, Tocantins e Paraná

Por que queres ficar atoar
Se aqui tem Alagoas?

Garanta a sorte
Ao visitar o Rio Grande do Norte

Acre, Paraíba, Rondônia e Rio de Janeiro
Conheça todos por inteiro

E se mudar de decisão
De um pulo em Maranhão

E pra relaxar
Tem Amazonas, Pará e Amapá

Curta toda a paz
Do estado de Goiás

Se quiser recomeçar
Comece por Ceará

Pra não fica num canto
Eta, Que tem o Espírito Santo!

Para não esquecer jamais
Passe por Minas Gerais

Com esse te educo
Ao apresentar-te Pernambuco

São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina
Abrilhantam essa rima

E pra dar um passeio de jipe
Tem o estado de Sergipe

Onde o céu não é azul
Lá nas bandas do Rio Grande do Sul

Querendo tomar cupuaçu
No Mato Grosso do Sul

Pra não ficar um jornal
Termino com o Distrito Federal

 ____________________________________________  
¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades:   fundamental e médio. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

OS OLHOS DA VIDA (poema)

  • Alevilson da Silva Tavares ¹
    A vida pode ser vista por vários
    olhares...
    Aos olhos do amor
    Deus
    Aos olhos de Deus
    Há vida é eterna
    Aos olhos da religião
    Deus existe
    Aos olhos da teologia
    Deus está acima de tudo
    Aos olhos da biologia
    A vida é reprodução
    Aos olhos da matemática
    Ela precisa ser bem calculada
    Aos olhos da física
    Um corpo sujeito a gravidade
    Aos olhos da filosofia
    Precisa ser bem pensada
    Aos olhos da química
    São amontoados moleculares
    Aos olhos das línguas: português,
    inglês...
    Muita falação
    Aos olhos da literatura
    É puro conhecimento
    Aos olhos da história
    É preciso viver
    Aos olhos da geografia
    Ocupa diferentes espaços
    Aos olhos da sociologia
    Só tem forma se estiver em grupos
    Aos olhos do capitalismo
    Cifra monetária
    Aos olhos da política
    Desculpa! Essa é deficiente visual
    Que coisa!
    Mesmo sabendo sobre Deus,
    eternidade, superioridade Divina,
    cálculos, gravidade, pensamento,
    moléculas, falação, conhecimento,
    existência, lugares, grupos, cifras; é
    possível perceber que a vida está
    se enegrecendo pela cegueira
    política, ou pior, pela política cega.
    Resultando-se
    Aos olhos da alegria
    A tristeza aparece
    Aos olhos da paixão
    Desilusão
    Aos olhos do ódio
    Os adultos o fazem muito bem
    Aos olhos da riqueza
    A pobreza impera
    Aos olhos da farturar
    Sequidão
    Aos olhos da paz
    A guerra toma de conta
    Aos olhos da ida
    As vezes sem volta
    (...)

____________________________________________  

¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades:   fundamental e médio. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

ARTIGO:Retiros evangelicos em período carnavalesco: diferentes facetas e suas contradições


Alevilson da Silva Tavares¹

O Carnaval os três dias precedentes à quarta-feira de cinzas, dedicados a várias sortes de diversões, folias e folguedos afirma AURÉLIO (2000, p.134). 
O Retiro trata-se de lugar solitário, deserto; lugar de recolhimento; tempo de recolhimento para exercícios espirituais, idem (p.605).
 O carnaval é uma data muito requisitada por parte principalmente da juventude das igrejas para a realização de retiros espirituais.
Até agora pouco se explorou dentro da literatura evangélica sobre esse comportamento tão peculiar aos evangélicos e não evangélicos em seus diferentes segmentos. Mas é bem vivenciado por adventistas, batistas, presbiterianos, assembleianos, católicos e demais correntes cristãs. não se pode negar que famílias inteiras sem nenhum vínculo religioso também estão compelidas com esse comportamento.
Os retiros pelo que se sabe empiricamente trata-se de reuniões com caráter de lazer, mesmo que acompanhados de atividades espirituais mas em sua essência predominando o lazer, onde um grupo, e geralmente esse grupo é juvenil se desloca de sua localidade e procura um refúgio, abrigo, escape em outro ponto geográfico dentro ou fora das cercanias do ponto local de sua residência, do coletivo. Os líderes dos retiros vem acreditando na maioria das vezes, em isentar o grupo das atividades geradas pelos período carnavalesco.
É de praxe que nesse período o índice de consumo de drogas, bebidas e eventos desastrosos como assaltos, acidentes e mortes se elevam a escalas astronômicas, não atingidas ao longo de todos os eventos socioculturais realizados do ano.
Mesmo com esse cenário tão claro, registrado e divulgado pela mídia em todo o momento, ainda assim a juventude e liderança ver nos retiros uma boa opção de fulga dessa realidade tão brutal.
Para muitos esse período do ano é um período de afloramento de seus instintos primitivos ligados a áreas de fantasias de comportamento sexuais. Para outros é uma oportunidade de desligar-se de laços afetivos, espirituais e sociais construídos ao longo de onze meses anteriores. Nesse período famílias são drasticamente destruídas por ilusões de momento. Momento de intimidade entre muitos casais são vulgarizados. Um beijo em um desconhecido é visto como banal e totalmente permitido. Tem gente que faz coleção por idade, sexo e padrão social. Que aberração. Mas muitos se não fizerem é vítima de “malhação” no grupo.
Onde os retiros se encaixam dentro dessa realidade? O que fazem para contornar ou livrar dos males desse período do ano? A quem socorrer em um momento tão cruel?
São questionamento que sumariamente encabeçam a discussão sobre a relação do carnaval com os retiros evangélicos. Que seja compreensível que não se busca retaliar as diferentes e muitas iniciativas de retiros. Contudo não se pretende uma adesão maciça a esse mecanismo de fuga que paulatinamente domina precisamente o meio evangélico.
A provocação talvez seja a melhor ferramenta de leitura desse esboço literário. Esperar-se um olhar apurado sobre esse que seria e é para muito o escape, não venha se tornar uma bomba relógio que apenas foi fabricada e acionada para explodir logo a alguns meses afrente. Quem ler que entenda.
A seguir pontuou-se os itens que sistematizarão a ideia central em suas diferentes faces, numa vivência local.
              GÊNESE DOS RETIROS E O PERFIL DOS ADMIRADORES
Se você for um sujeito atento a questões comportamento de grupo perceberá que os indivíduos que se predispõe a levantar a bandeira, em reuniões de jovens, para a existência dos retiros quando apresentada pela liderança, e, essas as vezes com a melhor das intenções, são aqueles que você como líder não pode contar muito com eles para batalhas  espirituais ligadas ao evangelismo, visitas, orações e consagrações.
Agora se for sugerido que haverá confraternizações, seja qual for o teor, e isso é extremamente importante, tendo sempre o cuidado para não se tornar o lema nodal do grupo, um brado será instantaneamente ecoado no meio do grupo, Quando? E a outra que percorre será aonde? Aqui os níveis de murmurações caem bruscamente. Algumas incompreensões que surgirem logo são vencidas pelo apoio em massa que logo domina o tal como pessoa problemática.
Pois bem os mais recalcados, como podem serem tachados, são aqueles vão dizer não vou deter a uma extensa programação de férias. E sem desvanecer logo lhe indaga sobre o que existe de mais importante do que um retiro nessa época do ano. Já pensou dois ou três dias fora de casa? Longe da rotina chata propostas pelos pais? Isso porque consideramos pelos fatos usualmente refletidos no seio social que esse público é formado por um grande percentual de jovens.
Sem causarem transtornos esses “recalcados” ou “conservadores”, “radicais” ou “dedicados” nomenclaturas usuais no meio jovem desaparecem em meio a euforia comum nos momentos de ajustamentos de detalhes que são cruciais para a concretização do retiro, esses serão detestados posteriores.
Já se percebe que dois grupos distintos precisam serem  considerados: o grupo do ‘já’ e o grupo do ‘tá’. O grupo do já é presente e sempre lembrando dos momentos de descontrações, encontros e emoções características da última; a última foi assim, assado, frito ou mal passado. O grupo do tá é um grupo com afirmações do tipo tá eu vou perder mas quem  sabe de outra vez? Esse grupo é um grupo futurista pé no chão com questões intelectuais e espirituais também por assim dizer.
A destacar que o grupo do já detesta que seus pais sejam incluídos nessa programação para que ele seja configurado como careta, infantil e dependente. Seus pais são visto como um peso na mochila, mala ou pasta que já poderia ser transportado em um momento de programação cheia. Enquanto o grupo do tá ele usualmente afirma tá pai eu vou aproveitar esse período de feriado para uma programação em família. Até que eu preciso mesmo de um tempo para reordenar pontos que ficaram dispersos pelo excesso de atividades do cotidiano.
O retiro nasce de um líder que é movido pela pressão, não serei tão enérgico e pena que precisa agregar seus liderados por um estreitamento nos laços sociais. E espirituais? É verdade que sempre existem os remanescentes do bem estar em um todo.
O retiro também pode nascer das mentes ‘iluminadas’ de adolescentes que veem a vida com um olhar na velocidade de um click, que navega diuturnamente e que precisa indiscutivelmente de novidades quentes para agregar a sua linha do tempo no face, whatsapp e outros.
Talvez a gênese do retiro não seja o fator complicador mas uma oportunidade de avaliação sobre a solidez do grupo a fim de ver que estamos numa batalha, que sempre travada, não temos tempo para discutirmos dinâmicas de grupo, de socialização ou mesmo de estudos voltados a questões de relacionamento afetivo. Enquanto uma avalanche de pessoas estão sendo soterradas pela carnificina satânica.


II – ELEMENTOS CONSTITUINTES E SEUS DIFERENTES OLHARES

A realização de um retiro demanda um esforço que leva meses de investimento com diferentes itens desde a logística que perpassa desde a escolha transporte, a garantia do local de hospedagem
Em etapas podemos direcionar nosso olhar para a questão da logística por ser determinante em todo o processo. A logística se inicia quando a escolha do local de hospedagem estar definido. Primeiro começa os longos momentos de contatos para garantir o agendamento prévio do espaço. Os líderes mais precavidos quando não conhece, ou mesmo conhecendo, vão antecipadamente ao local para uma sondagem das reais condições de infraestrutura, segurança e comodidade oferecida pelo local. É fato que de um ano para outros muita coisa pode mudar em um ambiente social. Pessoas que são má companhias podem até ter se mudado para as proximidades daquele local que antes era tão sossegado.
Não se pode ofuscar aqueles que por se privarem desses cuidados só vão com todo o grupo do dia da viagem. Esse tipo de comportamento abre precedente para muitos transtornos.
Cumpridas etapas primárias, seções de reuniões são definidas para um entendimento do coletivo e tentativas de surgimento de ideias norteadas da programação que transcorrerá no evento. Isso tratando-se atividades de cunho didático e operacional a serem realizadas ao longo da programação.
Alguns itens são incluídos na pauta das reuniões e compilados pelos diversos personagens envolvidos no processo, tais como: higiene, alimentação, sonorização, transporte, vestimentas de acordo com o ambiente, brincadeira e devocional.
O transporte, tipo de veículo e suas condições de uso, é outro ponto que precisa ser discutido com bastante cautela. Pois a distância, o conforto e segurança dos passageiros demarcam a tabela de preço que será gerado para avaliação antecipada do grupo. Alguns não se importam com esses itens em destaque e comprometem definitivamente o bem estar do grupo, e após  incidentes não pode, mesmo que desejasse, algumas situações de caos gerada.
Portanto o transporte precisa ser visto como 30% do retiro. Pois a qualidade do transporte pode contribui para o sucesso ou fracasso dos primeiros momentos do retiro e dos últimos também. Já pensou um transporte sem a devida manutenção chegando a quebrar ou é impedido de seguir viagem por um órgão de fiscalização em plena rodovia. Não é desconcertante para o líder da caravana ter quer arcar com os prejuízos e ainda por cima tendo que providenciar em pleno curso da viagem seja manhã, meio dia ou mesmo anoitecer um outro transporte para 40, 50 ou mais pessoas que estão sob sua tutela?
Se esse ponto não for bem ajustado alguém poderá se comprometer até nos tribunais por colocar a vida de terceiros em risco. Algo que pode ser evitado facilmente.
Amarrada a questão do transporte é preciso elencar que não se transporta apenas, se acomoda e aloja também. Ora um grupo que fora removido, mesmo que temporariamente demanda outras necessidades que vão além da locomoção. É isso precisa estar sob o olhar atento e eficiente do líder que se propõe a realização do retiro.
Pensar na segurança oferecida pelo local e cercanias é uma tarefa que ser constantemente pontuada. Não se deve alojar um grupo num local desconhecido sem se ter a certeza de que estarão seguros. Jamais se deve entrar por esse caminho.
O líder e seus cooperadores devem criar meios, precocemente para apropriar-se de um pequeno histórico daquele povo. Sempre é válido visualizar a hospitalidade e os fatores que exigem um cuidado mais específico. A destacar existe pronto atendimento, ou pronto socorro, de fácil acesso. O local estar apto para comportar o grupo. Como posso contribui para a economia local. Existe posto policial próximo. É importante a aproximação com um nativo isso pode facilitar um conhecimento do campo de exploração.
A alimentação é outro item determinante dentro de uma programação de um retiro. Um caso bastante intrigante se deu com um grupo que se distanciando cerca de duzentos quilômetros de sua comunidade vivenciou uma dura realidade. Parte do grupo no retorno do evento ao comprar alimentos prontos e lanches se viu já no percurso ter adquirido alimentos vencidos.
Isso se deu por que ninguém conhecida a realidade local e prestes a retornar resolveu-se comprar lanche dos tipos salgadinhos, refrigerantes e outros. Após a compra e já no veículo com as luzes apagadas internamente inibiu a curiosidade da maioria que consumiu-se desprevenidamente, até que alguém percebesse no meio do grupo. Essa foi uma situação vivencial.
Portanto a alimentação precisa ser encarada como quarenta por cento do sucesso ou fracasso do retiro. Questionamentos do tipo: quem vai fazer a comida a ser servida no local, tem habilidade comprovada para cozinha para uma grande quantidade de pessoas. O responsável setor da alimentação tem noções básicas de manipulação de alimentos. E como é a higiene pessoal do futuro cozinheiro do grupo. A pessoa é cônscia de o tempero de um coletivo deve ser pensado de forma diferenciada do que habitualmente é saboreado em sua particularidade.
Pois é, a questão do alimento vai além do que comumente se imagina. O armazenamento do alimento estar em conformidade com cada tipo de produto a ser servido. Esse armazenamento deve garantir que os alimentos ficarão livres de agentes causadores de doenças. Para alguns é comum chegar a um lugar desconhecido e começa a jogar os alimentos no primeiro espaço desocupado que vier a frente e depois os prejuízos são notados ou vividos.
A comida que precisar de refrigeração tem que ter lugar garantido e em boas condições de resfriamento, se for o caso. Em hipótese de não se dispor de um sistema de refrigeração não custa nada um contato com os vizinhos mais próximos ao local do alojamento. Mas é um risco eminente esse tipo de situação. Um caso real é de deixar perplexo um coração. Uma vizinha procurou seu vizinho e alegou a necessidade de acomodar seus alimentos na geladeira do vizinho alegando que a sua estaria ocupada com fezes que estava guardando para um exame de seu filho no dia seguinte.
Já pensou se o vizinho que o grupo se valeu de seu favor estiver dividindo a geladeira ou freezer com resíduos fecais. Será um choque e tanto.  E se quando souber for tarde demais? E se os coliformes fecais estiverem sendo consumidos com toda a distração durante as refeições do tão programado ou mal programado retiro.
Cuidado na hora de comprar carne fora de casa tem sempre alguém vendendo gato por lebre. Ou carne sufocada por carne de primeira. E as vezes animais que foram vítimas de acidentes de trânsito e que não foram notificados a autoridades competentes são facilmente comercializados em pequenos “açougues” de regiões remotas.
É papel do responsável ou responsáveis agregar experiências e anexa-las a suas e garantir que questões como as destacadas sejam apenas estudos de casos e não casos para estudos.


III- A ESPIRITUALIDADE DO RETIRO E OS IMPACTOS NO CÁ, NO JÁ, NO TÁ E NO LÁ
          
      A questão da espiritualidade do retiro é um fator bastante delicado de ser abordado já que muitos desses eventos são efetivamente idealizados e organizados e gerenciados pelo líder maior da instituição religiosa e isso demanda cautela nas palavras e pontos a serem fatiados afim de evitar possíveis desarmonias na base bem como no conjunto da igreja.
Quando se propõe a atentar para a questão do retiro em meio ao período carnavalesco é crucial mencionar que o fator espiritualidade é o que tem deixado muitos mestres e doutores eclesiásticos desacordados por noites adentro.
E é sensato que diversas atitudes precisam serem testadas e estas não podem serem repetidamente ofertadas para não cair em desuso. Desuso? Sim, se considerarmos que por um mais atraente que seja um ambiente se sempre estiver ao alcance aquele brilho que víamos inicialmente nosso organismo o reconhece como familiar e isso faz perder o encanto do retiro, por assim dizer.
As diversas atitudes experimentais vão de encontro, é verdade, ao fato de garantir a sanidade espiritual das ‘ovelhas’. Pois bem, um líder que leva meses ou até ano para somar um ovelha ao redil do mestre não quer de modo algum deixar esta a mercê de lobos de ‘lobos’ devoradores que não chegam nem na porteira do mestre, por serem ladrões e salteadores.
É justamente esse quadro que se move, impulsa, induz ou seduz o líder a apostar nessa metodologia de interação de grupo. E a espiritualidade desse grupo estar sendo cultivada, regada, alimentada? Ou apenas se cria um liturgia para fins de registros sem se buscar uma avaliação sobre a real importância que é a aproximação dos diferentes elementos dentro de um mesmo grupo.
Atentar a riqueza de oportunidade, no âmbito espiritual, e de reflexão é uma porta que pode ser aberta pelo excesso de confiança no líder nesse processo. É oportuno retomar para o liderados sobre a temática Fruto do Espírito a saber: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança ( Gl 5.22) isso se possível sem sermões longos e desgastantes. O comportamento do líder nesse momento é um referencial no desabrochar dos novos líderes distribuídos em meio ao entusiasmo de momento.
Os impactos no Cá, no Já, no Tá e no Lá foi uma metáfora usada para fazer alusão que os envolvidos nos retiros – turistas ( no Cá), precisam ter de forma refrigerada e aquecida quando necessário o entendimento de que eles são responsáveis pelo bom cheiro de Cristo. Tanto para com no Já , envolvidos no retiro mas alheias a responsabilidades espirituais, e no tá, os que ficaram afim de que os efeitos do retiro sejam visivelmente notado no curso dos dias que sucederam ao ocorrido na vida que foi alcançada pelo toque espiritual e no lá , os nativos, aqueles que hospedaram sem dar café, almoço, jantar, banho, dormida e lanche; mas que testemunharão de forma insistente, incansável e fiel aos fatos transcorridos durante período e sempre destacando o diferencial deixado e percebido pelos cidadãos que detém de uma identidade que não abre espaço para uma segunda via.
IV – SITUAÇÕES  CONFLITANTES COMUNS EM RETIROS
Esse fragmento da discussão foi retardado para que pudesse ser eliminado eventuais objeções a racionalidade argumentativa pretendida ao longo da apresentação da temática. É provável que de forma inquietante você balbuciou, tagarelou ou mesmo largou a leitura por horas ou dias mas voltou buscando construir um pensamento sistematizado a partir de um olhar mais atento e direcionado sobre a problemática que pode ser gerada por um retiro. Talvez você seja parte integrante do grupo que gosta de “degustar o prato até que ele fique limpo”. Entendendo como é satisfatória essa sensacional.
Agora que foi massageado o seu ego ou posso não ter sido tão hábil assim mas deixe-me retroceder linhas anteriores chegando até a parte introdutória da nossa conversa quando mencionou-se sobre a objetividade aqui em apresso que mostrou sendo efetivamente a provocação do olhar apurado sobre os retiros no seio evangélico.
Enquanto proporcionamos a interligação aos fatos deixe-me inquieta-lo mais uma vez. As questões a seguir são elementos constituintes de conjunto de reflexões sobre situações conflitantes comuns em retiros mas que podem serem contornadas se forem previamente planejadas.
Nessa fase da leitura é interessante que se faça demarcações de diferentes formas: sublinhando, circulando, grifando ou mesmo relendo diversas vezes, pois a fixação é produto de um interesse e entendendo das partes.
Vejamos questões que inquietam em um retiro:
ü Porque realizar o retiro;
ü O lema do retiro está bem definido;
ü Onde se encaixam os retiros num país que é atingindo por essa lepra social;
ü A espiritualidade dos envolvidos é realmente a cerne do evento;
ü Que tipo de cheiro tem sido espalhado durante os dias de retiro;
ü O nome de Deus é glorificado;
ü O grupo semeou coisas boas o bastante para poder retornar ao local do retiro novamente;
ü O tempo foi bem aplicado;
ü Existe dívida em aberto;
ü A paz desenvolvida é a de Cristo;
ü Jesus pode retornar com o grupo;
ü O líder local pode andar de cabeça erguida;
ü Se pensa nos impactos locais;
ü Houve vítima de acidentes;
ü O respeito com os nativos foi perceptível ou ficou obscurecido;
ü Policiais precisaram ser acionados;
ü O bem estar do grupo foi garantido ou apenas parte dele foi assegurado;
ü O povo foi bem alimentado;
ü O alimento estava boas condições de consumo;
ü O alimento foi bem armazenado;
ü Quanto o tratamento e destino do lixo produzido;
ü Os vizinhos gozaram do sossego comum a esses dias;
ü Os itens de primeiro socorro estavam presentes;
ü Houve necessidade de retorno para resolver pendências;
ü Houve apoio e aprovação dos pais ausentes;
ü Cooperou-se para o desenvolvimento espiritual de alguém;
ü Jesus estava no retiro, onde;
ü Gritou-se muito;
ü Doou-se o que sobrou para alguém;
ü A cordialidade foi presente com os conterrâneos;
ü Demonstrou oportunidade ou oportunismo;
ü Participou de algum trabalho na igreja local, se for o caso;
ü O grupo se expõe em meio aos eventos carnavalesco do local;
ü Onde o grupo estava durante o desfile de blocos;
ü Meu celular toca hinos;
ü Fez amigos entre os nativos;
ü Pensou-se no eu ou em Deus ao agendar-se o alojamento;
ü Os casados foram reflexos de exemplo;
ü Quanto aos solteiros continuaram solteiros;
ü Retornei em comunhão com todos;
ü Valeu apenas o retiro;
ü Minha igreja vai poder me receber bem;
ü No local do retiro tinha mais agitação do que em minha localidade;
ü Será que continua sendo igreja;
ü Alguém me largou no alojamento;
ü Foi uma boa opção o retiro no carnaval.


V- O LADO BOM DO RETIRO


CONSIDERAÇÕES 

Na vida temos a oportunidade fazer muitas coisas e uma delas é aproveitar a vida. Calma não estou obrigatoriamente induzindo a que esse aproveitamento seja em maio a um retiro em pleno carnaval.
                Um retiro em pleno período carnavalesco pode ser uma boa opção de lazer mas vejo sobre outro olhar. O fato de deslocar um grupo de pessoas para expor a números exorbitantes de casos de perigos iminentes que são indiscutivelmente parte de estatísticas da Polícia Rodoviária Federal e hospitais de pronto socorro em todo o país.
Entendo que se houver um planejamento estratégico ocorrido a partir de uma equipe capaz de atender a demanda operacional, logística, afetiva e espiritual que se gera num evento desse perfil a produção de frutos é garantida. A qualidade dos frutos vai depender da veemência e respeito proposto a ser seguido pelo grupo. Isso por considerar-se por se só ou coletivo mesmo benéfico espiritual a ninguém a não ser que durante o retiro se invistas em estratégias de evangelismo dos crentes do primeiro carnaval e discipulado acompanhado de um ensino sistemático e assíduo durante os demais três dias. Fazendo assim seremos mais do que vencedores por aquele que nos amou.




____________________________________________  
¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades:   fundamental e médio.